20 de abril de 2009

Na sala de espera

É um momento crítico. Não há nada que possamos fazer. Nada, nadica mesmo. Nem mesmo ir para trás do balcão dar uma sacudidela na recepcionista que ressona. É só esperar, esperar, esperar.

Imagino que os donos desses consultórios coloquem câmeras de vigilância com o único propósito de regozijar nossos rostos de COMPLETO TÉDIO. E ainda penduram nas paredes esses quadros no estilo totalmente-sem-sal. Uma música de estação de rádio AM (des)tempera o ambiente.

E como requinte final de tortura, passa a faxineira pedindo para limpar debaixo de nossos pés: "Com licença. Obrigada. Com licença. Obrigada. Com licença. Obrigada." O momento em que se sabe que o tédio profundo se alojou em nosso coração é quando começa o tique no olho. Se não formos chamados logo, iremos à total e absoluta loucura. Loucura mesmo, de sentar no cantinho e se balançar balbuciando incoerências. É triste, meu povo.

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